30/11/2016

A cada 25 casos de estupro em Artur Nogueira, quatro pessoas são indiciadas

Em 2016, nenhum agressor foi punido até o mês de setembro

Violence victim

Daniela Fernandes

Artur Nogueira registrou 25 casos de estupro entre o anos 2014 e 2016, segundo dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP). Em 2016, todos os casos foram esclarecidos, no entanto ninguém foi acusado até o mês de setembro. Já com relação aos últimos três anos, houve apenas quatro pessoas indiciadas. O índice de impunidade do município é um dos maiores da Região Metropolitana de Campinas (RMC), ficando entre as oito cidades menos impunes.

A jovem R. L., de 19 anos, relata que no dia 6 de novembro deste ano sofreu abuso por parte de próprio padrasto. “Ele me estuprou e disse que eu não deveria contar sobre aquilo para ninguém. Foi uma ameaça”, lamenta. Porém após o crime, ela não se calou e contou tudo a mãe, que não acreditou na filha. Já o estuprador, negou qualquer tipo de acusação.

A jovem não esquece da noite de sábado em que quis esclarecer tudo. “Ele negou de todas as formas que não abusou de mim. Eu admiti a verdade na frente da minha mãe e ele bateu no meu rosto. Pegou no meu pescoço e me enforcou, me erguendo”, detalhou. A garota diz que gostaria de ter acionado a polícia, mas ficou receosa, pois estava sendo ameaçada. E, ficou com medo de que o padrasto fizesse algo pior com ela e a mãe. Ela fugiu da cidade depois do ocorrido.

Segundo a SSP, o caso da jovem faz parte de 70% dos estupros registrados no estado de São Paulo, no qual a vítima conhece o agressor. Ou seja, em cada 10 ocorrências de violência sexual, em sete há convívio com a vítima.

Ajuda médica

Em entrevista ao Portal Nogueirense, a assistente social Sarah Abijah aconselha que uma mulher que sofre violência sexual deve se preocupar primeiro com a própria saúde e segurança. “Deve procurar um hospital para procedimentos médicos e profiláticos, a Delegacia para fazer Boletim de Ocorrência (B.O.) e dizer que deseja medida protetiva (caso seja Lei Maria da Penha), não necessariamente nessa ordem”, enumera. Além disso, ela diz que é preciso buscar serviços de acompanhamento e orientação psicossocial na cidade. E indica o seu local de trabalho, o Centro de Referência Especializado em Atendimento Social (Creas) de Artur Nogueira.

A vítima pode ligar no número 180, um canal direto de orientação sobre direitos e serviços públicos para a população feminina em todo o país. A ligação é gratuita.


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