06/03/2015

50 Anos de Minissaia – A Revolução Feminina

Símbolo do feminismo na época de sua criação, a minissaia era uma forma de se rebelar, de reivindicar a sensualidade feminina e a sexualidade.

Por Maria Júlia de Sá

Para alguns ela é considerada vulgar, o que de certa forma não seria o ideal, pois a vulgaridade está muito mais ligada às atitudes do que à uma peça de roupa específica. Mas o fato é que ela se tornou um clássico da moda. E uma peça que ainda incomoda muita gente só poderia ter nascido entre os rebeldes: A minissaia! Nós, que já nascemos acostumadas com ela, não imaginamos o quanto ela foi revolucionária.

Década de 60. Jovens buscando novidades e com uma vontade imensa de mudar o mundo acabaram por mudar o comportamento de toda uma geração, seja na música, na arte e, claro, na moda. As roupas na década dos hippies transmitiam a paz e amor e os lemas da época eram por cores alegres e estampas floridas, demonstrando sensibilidade, romantismo, descontração e bom humor – como também a liberdade de expressão perante o regime ditatorial em países como o Brasil, Chile e França.

mini saia (2)

Em 1965, a inglesa Mary Quant foi considerada a criadora da minissaia. Mary dizia que eram as próprias meninas de Londres que incentivavam a peça, pois ela era fácil de vestir e muito confortável. Como naquela época já havia todo um espirito libertário no ar, as mulheres revelaram seus joelhos e coxas pela primeira vez, o que foi visto como sinal de rebeldia e emancipação. Uma nova geração, um novo hábito, um novo corpo!

mini saia (1)

Considerada ousada, a peça não caiu no gosto dos mais conservadores. Naquele tempo o comprimento da minissaia terminava logo acima do joelho. Aos poucos, as jovens conseguiram mostrar que o encurtamento das peças era essencial para a liberdade das mulheres.

Símbolo do feminismo na época, a minissaia era uma forma de se rebelar, de reivindicar a sensualidade feminina e a sexualidade. E isso desagradava aos pais das garotas que as proibiam de usá-las. Mas não teve jeito, elas pegavam seus vestidos longos e os cortavam.

A saia chegou a ser proibida na Holanda. Houve protestos na França e em Londres de mulheres exigindo o direito de usá-las. A peça ganhou um grande efeito popular porque mostrava um pouco mais do corpo feminino, que era considerado um “objeto” a ser resguardado, afinal, a mulher era propriedade do homem naquela época.

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Nos dias de hoje, a minissaia perdeu um pouco as suas conotações negativas, pois ela se tornou uma peça clássica e comum, já que as mulheres querem ter o direito de usar a roupa que quiserem, sem serem julgadas por isso.

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