02/10/2017

49% dos nogueirenses são contra aborto em caso de estupro

Outros 37% se mostraram favoráveis ao procedimento

Da redação

Quase metade da população nogueirense é contra a realização do aborto em caso de estupro. De acordo com uma pesquisa feita pela Indsat, 49% dos moradores de Artur Nogueira acreditam que uma mulher não deveria se submeter ao procedimento de retirada do feto caso este fosse fruto de abuso sexual. Os motivos para esse posicionamento, segundo a pesquisa, são diversos.

O levantamento, efetuado no segundo trimestre de 2017 com uma amostragem de 400 pessoas, revelou que outros 14% da população ainda não possuem uma opinião definida sobre tema. Enquanto isso, 37% se mostrou favorável à realização do aborto em caso de estupros.

A Indsat aponta que, dos 37% favoráveis ao procedimento em caso de relações sexuais não consensuais, a maioria são homens. Da parcela que se posiciona contra o aborto, 54% dela é construída por pessoas com possuem ensino superior completo.

Levando em consideração que a religião é um dos fatores determinantes sobre a opinião que se tem sobre o assunto, a pesquisa também dividiu os resultados com base na religiosidade dos entrevistados. Entre os católicos, 44% são favoráveis, 43% são contrários e 13% são indecisos. Entre os evangélicos, 26% são favoráveis, 58% são contrários e 16% não souberam opinar.

Confira mais detalhes na tabela abaixo:

OPINIÃOSEXOSEXOIDADEIDADEIDADE
FEMININOMASCULINO16-3031-50+50
FAVOR32%42%39%40%30%
CONTRA54%43%52%45%50%
DÚVIDA23%15%9%15%20%

Aborto e estupro

De acordo com a Indsat, o artigo 128 da Lei 2848/40 dá o direito à mulher de praticar aborto caso ela tenha engravidado por conta de um estupro. “No entanto, o assunto é complexo e envolve uma série de fatores. As opiniões acerca dessa realidade são diversas, e muitas pessoas nem mesmo tem uma opinião formada”, comenta a empresa de estatísticas.

O sistema Único de Saúde (SUS), portanto, oferece esse serviço. Muitas mulheres, porém, não têm conhecimento disso e acabam procurando clínicas ou procedimentos clandestinos, geralmente em condições precárias. Estima-se que 70% das mulheres que realizam aborto no Brasil o façam de maneira ilegal.

Artur Nogueira

Em Artur Nogueira, o assunto ainda é encarado como tabu por muitas pessoas e, como consequência, não existem dados sobre abortos ou casos de gravidez após abuso sexual. No entanto, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) revela que foram registrados cinco estupros na cidade entre janeiro e agosto de 2017.

Deste cinco, dois foram de vulneráveis. Em 2016 foram relatados 12 casos de estupro no ano inteiro, sendo quatro de vulneráveis.

Numa rápida pesquisa no Portal Nogueirense, percebe-se que o crime é mais comum do que se pensa. Apenas em setembro de 2017, três notícias envolvendo estupro foram publicadas. De acordo com uma matéria veiculada em novembro de 2016, apenas quatro pessoas são indiciadas pelo crime a cada 25 casos de estupro.

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